
Colégio Visconde de Porto Seguro
Tive o privilégio de estudar do início do ensino fundamental ao final do ensino médio no Colégio Visconde de Porto Seguro, nobre instituição de ensino do nosso bairro, que há mais de um século educa para o conhecimento e para a vida os jovens que por lá passam. Ali aprendi a língua alemã e também fiz intercâmbio para a Alemanha (para a cidade de Stuttgart), sendo que isso abriu-me portas para o estudo da fenomenologia (pretendo publicar algo a respeito dessa vibrante ciência no blog aqui do site), que hoje é a minha linha de estudo particular. A fenomenologia ainda possui muitos textos em seu idioma original e sem tradução (posto que ela surge na Alemanha entre os séculos XIX e XX). Eu ainda preciso voltar a estudar alemão com a devida diligência que tal tarefa merece, espero num futuro não tão distante poder dedicar-me a isso.
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Após fazer um ano de cursinho pré-vestibular, entrei na FCMSCSP que, à época, tinha seu vestibular atrelado à FUVEST. Durante o curso, dediquei-me a atividades extras como à equipe de handebol e ao Centro Acadêmico. No entanto, o foco sempre foi a sólida formação médica que a instituição ofereceu e continua oferecendo. Por volta do quarto ano do curso eu decidi que iria especializar-me em psiquiatria. Tal decisão foi fundamentada na experiência vivida ao atender pacientes no hospital psiquiátrico que a Santa Casa à época administrava e estudar tal disciplina. Pude ver que é na psiquiatria que o lado mais humano da medicina aparece e encontra intersecção com áreas como a filosofia e as artes, em especial a literatura. Percebi na prática que os livros que eu estava lendo na época (Crime e Castigo, O Conde de Monte Cristo, Os Miseráveis, O Senhor dos Anéis e outros de igual valor humanístico) favoreciam diretamente a minha prática enquanto médico psiquiatra e que isso não acontecia de forma tão direta e imediata em nenhuma outra especialidade médica. Tais obras, como muitas outras (os exemplos são realmente incontáveis, eu só citei aqui as que eu estava lendo naquele momento específico de minha vida e que contribuíram para minha decisão), resgatam o que há de mais humano em mim e precisamente isso que elas resgatam é o que deve ser material de trabalho do psiquiatra. Eu conto essa minha trajetória pessoal e escolha pela psiquiatria em mais detalhes no podcast que participei e cujo link para visualização está postado no blog aqui do site.

No final do sexto ano, meus colegas me deram a honra de ser o orador da nossa turma, a 49ª turma da FCMSCSP, um momento inesquecível!
Força Aérea Brasileira
Após formar-me médico, passei direto na prova de residência em psiquiatria da Santa Casa, mas quis trancar a vaga para ter a experiência de ir servir como médico na aeronáutica. Prestei o concurso e passei na no Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP), que acolheu-me muito bem e ensinou-me boas lições. Depois desse ano como médico generalista, eu ainda acabei ficando mais quatro anos na instituição, conciliando a vida militar com a residência de psiquiatria na Santa Casa e ainda mais um ano após.
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Residência de psiquiatria na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
A experiência de colocar-se a serviço do paciente e fazê-lo em grande volume e com qualidade é o que a residência médica propõe. São três anos de muito fôlego, sacolejar, aprender, cair, levantar, chorar, fazer terapia, chorar mais um pouco, estudar e, se der tempo, fazer mais terapia. Só quem passou pela experiência de uma residência médica sabe o quão profunda é a transformação pessoal e profissional. Como uma lâmina recém saída da forja de um ferreiro, enfrentamos o mundo com as virtudes da coragem e da força, mas ansiando que o tempo e os anos de mais prática e estudo nos tragam temperança e prudência.
